quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Como assim?

“Por que eu não dou a menor sorte com homens?”. A pergunta pegou Otávio completamente de surpresa. Afinal aquela não era uma noite qualquer. Desde há dias ele tratou cuidadosamente de todos os detalhes. Otávio era daqueles homens que não deixam nenhum detalhe de fora. Mas que não costumam lidar bem com o improviso. Por isso precisou de um tempo para processar a pergunta.
– Como é que é? Não entendi?
Ela repetiu.
– Estou perguntando se você, que é meu amigo sabe me dizer por que raios eu não dou sorte com relacionamentos. Só arrumo bomba. E parece que tenho um pára-raios de roubada. Tu soube da última, não soube? Te contei, não?
Otávio concluiu que amigo da vez para ouvir suas lamentações acerca do universo masculino era ele próprio. Teve vontade de se levantar, mandar tomar no cu e ir embora. Não tinha planejado tudo tão minuciosamente para ouvi-la falar de outros. Levantou-se. Ameaçou sentar-se novamente. Pensou o que dizer.
Olhou bem para ela e falou:
– Vou ao banheiro.

5 comentários:

  1. Você já passou por situação parecida? O que acha disso tudo? Quem é Carol? Conhece algum tipo como Otávio? O que seu conhecido (ou mesmo você) faria no lugar do personagem? E no lugar dela?
    Pense, crie, escreva, participe.
    A ideia é simples. Cada um escreve o que lhe vem à cabeça e vamos contruindo junto a história. Isso, sim, é coisa de apalavrados.
    Grande abraço,
    Jomar Nicácio

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  2. Já passamos, sim! :-)

    E eu já fui a Carol! Não tenho saudade dela...
    tenho MUITA SAUDADE de vc!!!!!!!!!

    beijos! Rê Coltro

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  3. Depois de uma sessão de análise inesperada e involuntária em um bar que fui terça (noite que me trouxe uma ressaca como há tempos não sentia), só penso em uma coisa:
    -Carol, não é só você que é pára-raio de doido, não, amiga!

    saudade, Jomar!!!

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  4. Caro Apalavrado,
    esse otávio aí é meio bobalhão. Deve ser daqueles que se programam até para ir à padaria. Lavam o carro na calçada de casa todo sábado e ainda é todo certinho. Não tem condições de andar com uma mulher como a Carol, que, tem pinta de quem estudou na Europa, fala várias linguas etc. Aí, Carol, pula fora e liga pro papai aqui. Filé!!!
    Grande abraço, Jomar

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  5. Valeu, fernando. Sua definição foi bem bacana e já estou reescrevendo o texto com essas suas observações. É assim que o Apalavrado vai andar.
    abração

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